Sociedade

Centro Cultural da Guarda reivindica mais apoio na tomada de posse dos novos órgão sociais

«Em 57 anos de história, pela arte e pela cultura, pela cidade e pelo associativismo, somos nós que na Guarda fazemos a diferença», disse Albino Bárbara

«O mundo associativo não estava lá», afirmou Albino Bárbara, na passada terça-feira, na tomada de posse dos novos órgãos socias do Centro Cultural da Guarda, referindo-se à exclusão daquela instituição do recém criado Conselho Estratégico da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura.

Numa cerimónia que serviu também para celebrar os 57 anos da instituição, o presidente reconduzido da «mais antiga coletividade da cidade» deixou vários recados, nomeadamente ao poder político, pela «falta de apoio» que o Centro Cultural tem sentido, em especial a nível financeiro. Antes, já o presidente cessante da mesa da Assembleia Geral, Álvaro Guerreiro, tinha afirmado que a instituição «tem de ter mais apoio do município», pois «é a cultura que nos une, é o que nos faz andar, é o desiderato essencial na vida e que é um fator de enorme reprodutividade». Para Álvaro Guerreiro, «a entrega e dedicação das pessoas que se empenham pelo Centro Cultural a troco de nada», contribuindo «para uma cidade de cultura», tem de merecer «mais apoio e maior visibilidade».
Num auditório do Paço da Cultura repleto, a tomada de posse foi também o momento para recordar o padre Geada Pinto e o artista plástico Luís Rebelo, «recentemente desparecidos, e que foram duas pessoas que muito fizeram por esta casa», afirmou Albino Bárbara, prestando homenagem a «dois colaboradores do Centro».

O presidente da direção lembrou que a instituição «trabalha» com mais de 500 pessoas, «nas diferentes valências, do ensino aos grupos, do coro infantil ao rancho folclórico», passando por muitas outras atividades artísticas e culturais. «Em 57 anos de história, pela arte e pela cultura, pela cidade e pelo associativismo, somos nós que na Guarda fazemos a diferença», sublinhou o dirigente perante o executivo municipal.

Em jeito de resposta aos desafios lançados e aos apoios pedidos, o presidente da Câmara da Guarda, Chaves Monteiro, tomou a palavra para assegurar que «teremos sempre a porta aberta para apoiar a cultura» e o Centro Cultural. Segundo o edil, «teremos de analisar a construção do edifício cultural e temos de investir das atividades extraordinárias», pois «essas têm de ser compensadas», enquanto recordava que a autarquia sempre apoiou a coletividade e que «com os meios disponíveis temos de chegar a todas as associações». O autarca explicou ainda que «todas as coletividades» serão convidadas brevemente a dar a sua opinião e as suas sugestões para a candidatura a Capital Europeia da Cultura, «o Centro Cultural também».

Para o triénio 2020 a 2023, foram empossados para a Mesa da Assembleia Geral José Valbom (presidente), Carlos Gonçalves (vice-presidente) e Ema Mateus (secretária). Com Albino Bárbara tomaram posse também para a direção Manuel Lopes e Joaquim Nércio (vice-presidentes), Alexandre Gonçalves e Maria de Fátima Duarte (secretários), enquanto o Conselho Fiscal continua a contar com Paula Camilo como presidente, Dario Rodrigues (vogal) e Helena Pontinha (vogal).

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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