As próximas eleições autárquicas deverão ser marcadas para 12 de outubro (dois dias após a entrega do próximo Orçamento de Estado). E as candidaturas podem ser apresentadas até ao 55º dia anterior à data do ato eleitoral. Ou seja, as listas terão de estar prontas e ser entregues em tribunal até ao final da segunda semana de agosto – faltam seis semanas.
Estarão em disputa nas próximas autárquicas a eleição de 308 presidentes de câmara, os respetivos vereadores e os representantes de cada candidatura nas assembleias municipais. E ainda 3 259 assembleias de freguesia, das quais sairão os próximos executivos das juntas de freguesia. É o poder local, o poder mais próximo das pessoas e aquele que define a forma como vivemos na nossa comunidade, aquele a que todos recorremos e de quem nos lembramos sempre que temos um problema, uma necessidade ou precisamos de tratar um assunto na civitas. O poder local é considerado como uma das grandes conquistas de Abril e o “municipalismo” é cada vez mais a forma de administração essencial do território, com cada vez mais responsabilidades na ordem e na gestão pública – a falta de regionalização e do desenvolvimento da organização territorial descentrada levou ao desenvolvimento excelso da descentralização administrativa para os municípios, que agora cada vez mais por imposição europeia, são “agregados” nas comunidades intermunicipais.
Estranhamente, na Guarda, ainda não são conhecidos todos os candidatos, pelo menos à cadeira maior do município. A seis semanas da entrega das listas em Tribunal, e quando toda a gente só pensa em férias, as candidaturas estão muito atrasadas e os últimos dias serão de grande corrupio.
O atual presidente da Câmara da Guarda, Sérgio Costa, será o candidato do movimento independente “Pela Guarda” e não deverá ter o apoio de qualquer partido político. Houve negociações para regressar ao PSD, mas o “independente” não terá aceite as condições de que o partido não abriu mão: a presidência da Assembleia Municipal (que deverá continuar a ser de José Relva) e o segundo lugar no executivo (que deverá ser António Fernandes). Ou até o candidato à Junta de Freguesia da Guarda (que deverá ser o antigo socialista António Saraiva). E ainda o facto de Sérgio Costa ter deixado claro que só concorria com a sigla do PG, excluindo do boletim de voto as setas do PSD. Demasiado para o Partido Social Democrata, o maior partido português e governo em Lisboa… Mas nada estará fechado neste momento. O PSD distrital tem a palavra e ainda tenta uma aproximação ao autarca independente. Sérgio Costa colocou um único cartaz ilustrativo, mas enigmático: “Por todos! Pela Guarda. Sérgio Costa. 2025”, em azul, mas sem a sigla do PG. Confirma que é candidato, mas que poderá ter uma segunda leitura: ainda nada está fechado… O PSD, depois de ficar à espera de Álvaro Amaro e refém de Sérgio Costa, poderá apresentar João Prata como candidato. Entretanto, Luís Soares será o candidato do Chega à Câmara da Guarda com a difícil tarefa de preservar uma boa parte dos cinco mil votos que o partido de André Ventura teve nas legislativas. Ou seja, quando ainda há algumas dúvidas sobre se João Prata avança, são candidatos à Câmara da Guarda António Monteirinho, José Pedro Branquinho, Luís Soares e Sérgio Costa.