Make Guarda Great Again

A Guarda é mais do que uma cidade. É um símbolo de resistência, de identidade e de futuro. Fundada para proteger o reino, elevada pelo seu espírito resiliente e moldada pela força das suas gentes, esta urbe tem sido, ao longo dos séculos, um farol nas montanhas, um bastião da cultura, um contribuidor líquido da história e um exemplo de coragem.
No entanto, nas últimas décadas, temos assistido a um lento declínio. A desertificação do interior, a falta de investimento estruturado, a ausência de oportunidades para os mais jovens e o abandono gradual de projetos de desenvolvimento, transformaram a nossa cidade numa sombra daquilo que pode e deve ser.
É tempo de agir! É tempo de acreditar! É tempo de fazer a Guarda grande outra vez. “Make Guarda Great Again” não é apenas um slogan engraçado para encimar um texto. É uma convocatória para todos os que amam esta terra. É um apelo a um novo ciclo de crescimento, de orgulho e de ambição. Precisamos de um plano estruturado que coloque a Guarda no mapa, não apenas como a cidade mais alta de Portugal, mas como uma cidade de excelência, inovação e qualidade de vida.
Para isso, considero fundamental:
1. Reindustrializar com inteligência – atrair novas empresas de base tecnológica, apoiar as pequenas e médias indústrias locais, criar “hubs” de inovação e investir em setores estratégicos como a defesa, energias verdes e turismo sustentável.
2. Requalificar a cidade e os seus espaços públicos – a Guarda merece mais que promessas. É preciso investir em zonas verdes, recuperar o centro histórico com dinamismo comercial e cultural, criar zonas pedonais modernas e atrativas e reforçar as ligações entre as grandes manchas urbanas da cidade.
3. Reter e atrair talento jovem – uma Guarda sem jovens é uma Guarda sem futuro. Precisamos de criar condições para que os nossos estudantes queiram ficar: empregos qualificados, habitação acessível, incentivos à criação de empresas e um verdadeiro plano de cultura e desporto jovem. Para além disso, era também desejável uma forte articulação entre a cidade e o IPG.
4. Apostar na ferrovia e nas ligações rodoviárias – a Linha da Beira Alta tem de ser uma prioridade real, funcional, moderna e europeia e a futura linha de alta velocidade com passagem na Guarda, sair o mais rapidamente possível do papel. Não podemos aceitar mais promessas vazias. As acessibilidades são a espinha dorsal da economia e da vida local.
5. Promover uma identidade forte e contemporânea – a Guarda é tradição e modernidade. Devemos valorizar as nossas raízes, a gastronomia, as festas, a cultura popular, mas também, projetar uma imagem moderna, inovadora e aberta ao mundo.
Chega de discursos derrotistas. Chega de aceitar o destino da decadência como inevitável. A Guarda tem tudo para ser uma cidade próspera, moderna, segura e feliz.
Precisamos de liderança, visão e coragem. Precisamos de quem olhe para a Guarda não como um problema, mas como uma oportunidade gigante. Precisamos de quem acredite no impossível e esteja disposto a lutar para o tornar possível.
Fazer a Guarda grande outra vez é mais do que um sonho. É uma obrigação moral para connosco, para com os nossos filhos e para com todos aqueles que acreditam que no topo de Portugal pode renascer um novo futuro.

* O autor escreve ao abrigo dos antigos critérios ortográficos

Disclaimer: apesar da semelhança com o lema de Donald Trump, não nutro qualquer tipo de simpatia por tal indivíduo, nem tão pouco subscrevo as suas perniciosas ideias.

Sobre o autor

Ricardo Neves de Sousa

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