O presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) reivindicou ao próximo Governo uma nova Escola Superior de Saúde para a Guarda. Como referiu Joaquim Brigas, a atual, a formar técnicos de saúde há mais de 40 anos, «está a transbordar» por falta de espaço e é urgente projetar e construir uma noa infraestrutura, decisiva para o futuro da instituição. O presidente reiterou também a urgência na execução de uma nova residência de estudantes (cuja construção, no campus do Politécnico, se encontra já em fase de concurso público).
Na cerimónia que assinalou o “Dia do IPG 2025”, Joaquim Brigas defendeu a importância dos dois projetos prioritários para reforçar a capacidade de resposta e a atratividade do Politécnico da Guarda e deixou um repto essencial a todos os agentes políticos do distrito, aos deputados eleitos pelo distrito e aos autarcas de todo o distrito: a construção de uma nova residência estudantil e a edificação de uma nova Escola Superior de Saúde são desígnios determinantes para a Guarda e distrito. Com cursos técnicos de Alimentação Saudável e Análises Laboratoriais, licenciaturas em Biotecnologia Medicinal, Ciências Biomédicas Laboratoriais, Enfermagem e Farmácia, e mestrados em Biotecnologia Medicinal e Farmacêutica, Ciências Aplicadas à Saúde, Enfermagem Comunitária e Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica são centenas de jovens que anualmente adquirem conhecimento técnico e científico de referência. E que precisam de instalações adequadas, modernas e com equipamentos de vanguarda – o futuro começa hoje, e começa aqui, nas melhores escolas e nas instituições de referência.
Estes projetos poderão avançar no campus do Politécnico. A Residência já está numa fase de concurso público para a sua construção nos campus do IPG; a escola está ainda numa fase de proposta. E se as propostas são bem-vindas, a pretensão deve ser abraçada pela cidade. Fazer uma nova escola de saúde e uma nova residência são do interesse dos estudantes e do IPG, mas são também uma oportunidade para a Guarda.
Este é o momento limite em que o presidente do IPG e o Presidente da Câmara devem discutir o futuro da cidade de forma integrada e em conjunto. A nova escola de saúde deveria ser contruída na cidade e a residência de estudantes também. A autarquia deveria ter cedido local para instalar essa nova residência. E deve procurar um local central para instalar e dignificar a nova escola. Seria decisivo para o desenvolvimento social e económico da cidade. Seria uma oportunidade para a valorização urbana do centro da Guarda. E seria bom para a vida académica e para a integração dos estudantes. Compreende-se que a o IPG opte por instalar no campus a nova residência e que até projete a nova escola para ali – tem espaço próprio suficiente -, mas a cidade ficará a perder, e muito.
Erradamente, a Guarda permitiu que nos anos 80 fosse levado o IPG para a Quinta do Zambito, num buraco que atrofiou o Politécnico da Guarda para sempre e o isolou da cidade – por supostas questiúnculas políticas, interesses individuais ou divergências de protagonismo obtusas entre Abílio Curto e Marília Raimundo. Não podemos permitir que o erro se repita: temos de reivindicar que a Câmara da Guarda e o IPG façam um compromisso pelo futuro da Guarda. Se já poderá ser tarde para reverter a decisão de construir a nova residência no campus do IPG (levando a que os alunos residam, estudem e se divirtam no campus do IPG e nem vivam a cidade), para o desígnio da construção de uma nova escola de saúde ainda podemos pedir ao presidente da Câmara da Guarda que procure uma localização central para ceder ao IPG (o Hotel Turismo? o antigo Matadouro? o Seminário? Outro imóvel de referência ou um local central que permita uma nova construção moderna). Uma escola superior no centro da Guarda será o melhor que pode acontecer à cidade, pela vida e dinamismo que os jovens podem aportar à urbe e pela relevância de ter no centro uma instituição de conhecimento e ciência. Ainda não é tarde, mas o tempo passa depressa