Desporto

«Dei espetáculo a mais quando podia ter ganho na Serra»

Escrito por Luís Martins

Guardense David Rodrigues foi sétimo na Volta a Portugal e já sonha em lutar pela camisola amarela. Talvez para o ano

Desta vez foi sétimo da geral, depois de ter sido 14º na Volta de 2018, e para o ano afiança que, «talvez», vá estar «na luta» pela camisola amarela. «Tenho condições para isso, mas tudo depende do projeto onde estiver inserido», afirma David Rodrigues, um dos protagonistas da última edição da principal prova de ciclismo nacional, que terminou no domingo.
Esta participação foi o culminar de uma das melhores épocas da carreira do guardense da Rádio Popular-Boavista. David Rodrigues, de 28 anos, bem tentou ganhar uma etapa, mas não conseguiu. Em contrapartida, soube tirar partido do andamento da corrida, esteve sempre no lugar certo e acabou por chegar ao último dia da Volta na quinta posição, a pouco mais de um minuto do líder. «Só de pensar que estive no top 5, é inacreditável», confessa a O INTERIOR. O brilharete só não aconteceu por causa do contrarrelógio individual de domingo, entre Vila Nova de Gaia e o Porto. «Esse foi o meu pior momento da Volta porque os oito primeiros quilómetros foram feitos com algum receio, o medo de falhar, enquanto os últimos já foram com um nível bastante razoável», constata, lembrando que esta não é a sua especialidade, que tem vindo a trabalhar mais.
O que David Rodrigues prefere é subir e isso provou-o novamente. Aliás, é da montanha que guarda a melhor recordação desta Volta. «Aquela euforia na subida à Torre… Tinha ali as pessoas que me são mais próximas, deixei-me levar mais pelo coração do que pela razão», admite, considerando que se «deslumbrou» ao protagonizar quatro ataques, todos frustrados pela W52-FC Porto: «Dei espetáculo a mais quando podia ter ganho na Serra», sentencia quem confessa, no dia a seguir à festa da Volta, que esta participação lhe soube a pouco. «Ser sétimo é uma boa sensação, mas também é a de que tenho condições para conquistar mais nesta prova», acrescenta David Rodrigues. Após seis Voltas e sempre a melhorar resultados, o ciclista atribui este bom momento à «maturidade» que alcançou a nível desportivo. «Esta época tive vários top dez em provas nacionais e internacionais, como a Volta às Astúrias e o Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela. Esses resultados colocam-me entre os melhores em Portugal e na Volta já tive um papel mais resguardado com vista ao final das etapas», adianta.
Este protagonismo pode abrir-lhe outras portas, com o guardense a confirmar que já tem «alguns contactos» de equipas nacionais para a próxima época. Também gostaria de se aventurar no estrangeiro, pois está «na idade ideal para correr numa equipa internacional, que é mais aliciante, mas ainda não tive propostas», declara David Rodrigues. «Está tudo em aberto, o Boavista ainda não me abordou sobre o futuro, mas lá para outubro/ novembro estará tudo definido», garante o guardense, que tem outro objetivo, o de disputar um Mundial de ciclismo. «Atualmente ainda será um bocadinho prematuro por causa dos ciclistas com carreira internacional, mas vou querer estar numa prova como essa», confessa.

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Luís Martins

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