Nas últimas semanas temos vindo a assistir ao agravamento de conflitos cada vez mais perigosos. É a Rússia que invade a Ucrânia, é Israel que ataca para se defender dos vizinhos, é o empresário do Gyökeres que faz propostas de venda do seu passe por valores ridículos. É evidente que sendo conflitos, as versões das partes envolvidas são contraditórias. E por muito que delas discorde, a voragem expansionista do Kremlin e a ambição nuclear do Irão são, do seu ponto de vista, legítimas, e agem de acordo com essas ambições. Até se pode entender a racionalidade das acções do Kremlin e dos ayatollah, mas é evidente que os agentes Gyökeres são apenas pessoas mesquinhas e sem escrúpulos que se querem aproveitar de um clube tão modesto que nem sequer foi convidado para a maluqueira do Mundial de Clubes.
Há pessoas que consideram que não é perigoso o Irão ter armas nucleares. Por mim, tudo bem, cada um considera o que quer, e que durma tranquilo com a sua consciência.
Há pessoas que opinam que a Ucrânia não tem o direito, ou não tira proveito, de se defender da invasão russa e dos ataques de mísseis e drones que sofre todas noites. Por mim tudo bem, cada um que opine o que quiser, e que que viva sossegado com as suas opções.
Há pessoas que julgam que o Sporting não deve fazer valer os seus direitos desportivos e que deveria vender o passe do jogador Gyökeres pelo preço que ele quisesse. Então, mas o que é isto? Não há regras? Para que é que serve o direito internacional? Isto agora é assim, cada um faz o que lhe apetece sobre assuntos que não lhe dizem respeito? É por isso que o mundo do futebol está como está. Sempre em guerras e conflitos.
O jogador sueco diz à imprensa que não quer voltar a trabalhar em Portugal. Olha, meu menino, também eu não, e em Setembro cá estarei novamente para o início do ano lectivo. Isto a vida não é tudo como queremos. Tu saíste da Suécia, vieste para Portugal e agora só queres ir para Inglaterra. Eu já estive em Inglaterra, mas aceitaria de bom grado trocar Portugal por um convite de uma universidade na Suécia. Como vês, Viktor, temos muita coisa em comum. Além disto, em comum há também uma enorme vontade (e jeito) de marcar golos. Tu tens, eu não.
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia