O Serviço Nacional de Saúde tem de mudar para ser melhor e mais capaz de responder aos novos anseios. A cultura da população moderna é a mesma do primado da mercadoria. Como diz Emmanuel Coccia, hoje somos «a própria mercadoria que compramos, vendemos, distribuímos».
O Instagram mostra como expomos o produto “eu” para receber negócios da exposição e da venda narcísica. Como diz Biung – Chul Han, «o eu narcísico expulsa o outro, e damos depois com as novas doenças do eu sozinho, que, exposto como mercadoria, é uma coisa amorfa entre a transparência e a pornografia (a transparência total)». Deste modo temos um paradigma diferente, onde o cliente é mercadoria e busca uma solução única só para ele, porque ele tem de si uma visão narcísica e aquisitiva.
Estamos no domínio do indivíduo com novos “welfare rights”, do aparecimento do direito a ser diferente, como uma imposição de direito social, ou direito de segunda (talvez terceira) geração. O eu que muda de sexo, que muda de cor, que adota cabelo, que acrescenta motores de performance sensorial para o prazer.
Interessante como a esquerda levou à explosão deste egocentrismo narcísico. É uma nova fauna que acredita mais em meios complementares do que na experiência, que tem fé nos exames técnicos e descrença na palavra.


