Sociedade

Maioria aprova orçamento de 42,8 milhões de euros na Câmara da Covilhã

Oposição votou contra por considerar que é um documento «pequeno, sem ideias, sem ambição e de gestão corrente da decadência do concelho», criticou Adolfo Mesquita Nunes

A Câmara da Covilhã aprovou, por maioria, o orçamento para 2019, no valor de cerca de 42,8 milhões de euros, menos cinco milhões relativamente ao deste ano. «Esta redução deve-se à reestruturação financeira que fizemos ao longo de 2018», justificou o presidente da Câmara no final da reunião do executivo, realizada na sexta-feira.
No final da sessão, Vítor Pereira declarou aos jornalistas que, apesar da redução global do valor, a folga conseguida com a operação de substituição de dívida concretizada este ano permitirá que haja em 2019 um «incremento» no investimento, para o qual está prevista uma verba de cerca de 20 milhões de euros. Nessa área estão contempladas, por exemplo, a concretização do Centro de Inovação Cultural, do Centro de Inovação Social, do Centro de Inovação Empresarial, da rede de bicicletas elétricas e ciclovias, bem como da rede de miradouros ou das obras nas escolas, nomeadamente na Escola Frei Heitor Pinto. A Educação tem inscrita uma verba de cinco milhões de euros, a Cultura e Desporto 2,3 milhões de euros, a Ação Social meio milhão de euros, a Habitação e Requalificação Urbana 2,6 milhões, a Proteção Civil um milhão de euros, a Rede Viária 1,5 milhões e a Modernização dos Serviços 6,2 milhões de euros. «Este é um orçamento que visa o equilíbrio entre o saneamento financeiro, que vamos ter de continuar a fazer, e a realização das obras, designadamente daquelas que decorrem de fundos comunitários», disse o autarca socialista.
Vítor Pereira garantiu ainda que o documento tem «ambição» e que contempla projetos e políticas de atração de investimento e fixação de pessoas, rejeitando as críticas dos vereadores da oposição. Paulo Rosa, que nesta sessão substituiu o vereador Carlos Pinto do movimento independente “De Novo Covilhã”, votou contra o orçamento por considerar que há «uma preocupação demasiada com a parte financeira, que na minha opinião não é justificada, e temo que, efetivamente, a Covilhã e o concelho continuem a não crescer». O centrista Adolfo Mesquita Nunes também votou contra por considerar que é um orçamento «igual à Câmara que temos: pequeno, sem ideias, sem ambição e de gestão corrente da decadência do concelho». E sublinhou que o valor total dos documentos previsionais é «inferior ao orçamento do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira ou da Universidade da Beira Interior».
«É um orçamento que não tem nenhum sinal para as pessoas, para as famílias e empresas», concluiu o vereador do CDS-PP, que criticou a redução ou mesmo inexistência de verbas para a habitação social ou para a captação de investimento. O executivo aprovou, também por maioria, a manutenção do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) em 0,8 por cento para prédios rústicos e 0,38 por cento para prédios urbanos (o mínimo é 0,3 e o máximo 0,45 por cento), bem como o desconto para as famílias com filhos e o agravamento para prédios abandonados. A comparticipação do IRS fica nos 0,5 por cento e a taxa da Derrama em 1,3 por cento.

Sobre o autor

Ana Eugénia Inácio

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