Furacões

Escrito por António Costa

Por estes dias tem-se falado bastante acerca das tempestades que têm assolado diversos pontos do globo. No final da semana passado chegaram a estar ativas nove tempestades perigosas nos oceanos Pacífico e Atlântico.

Estes fenómenos meteorológicos extremos têm surgido no planeta com maior frequência, estando, segundo a comunidade científica, associado ao aquecimento do planeta. Como dizia Mark Twain: «O tempo está sempre a fazer alguma coisa. Trata-se, na realidade, de um fenómeno de interesse e de fascínio universais, além de ser um tema de investigação e conhecimento». É precisamente esta ideia de conhecimento que será a base deste texto. O estado do tempo é talvez o derradeiro fenómeno selvagem da Terra. Os ventos extremos dos furacões, tornados, os nevões e tempestades de gelo; o poder destruidor de avalanchas, as cheias, os incêndios florestais e as secas, todos eles nos fazem lembrar, constantemente, a força elementar dos estados do tempo.

Os furacões são conhecidos como ciclones no Índico e na Austrália, onde também são chamados “willy-willies”, e tufões no mar da China. Estas tempestades intensas formam-se por cima das águas quentes dos oceanos tropicais. As condições mais favoráveis para o seu desenvolvimento encontram-se entre os 5 e os 15 graus de latitude, um pouco afastados do equador, onde o efeito de Coriolis – um sistema de referência em rotação uniforme, em que os corpos em movimento, quando vistos por um observador no mesmo referencial, aparecem sujeitos a uma força perpendicular à direção do seu movimento – tem força suficiente para ajudar a fazer rodopiar os furacões e onde as tempestades do mar se situam acima dos 26ºC. Uma vez formados, podem durar dias, ou mesmo semanas, antes de serem varridos para os polos, ou de entrarem em terra com resultados desatadores, como se viu esta semana com o Florence.

Os aglomerados duradouros de tempestades grandes recebem a sua energia dos oceanos tropicais quentes. A rotação do ar (no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio no hemisfério norte e no sentido dos ponteiros do relógio no hemisfério sul) no centro, ou no olho, de um furacão em desenvolvimento acelera quando o faz. O ar sobe então em espiral na chuva torrencial, produzindo uma nuvem de convecção que circunda o olho tranquilo da tempestade. Nos níveis superiores o ar roda em espiral para fora afastando-se do centro do furacão.

Em média, formam-se todos os anos cerca de 80 furacões, dos quais cerca de 35 perto das regiões do Sudeste ou do Sul da Ásia, 25 junto às Américas e os restantes distribuídos pelos oceanos Índico e Pacífico. Como curiosidade final referir que a atribuição dos nomes aos furacões remonta ao período da Segunda Guerra Mundial, quando o exército americano começou a substituir os códigos que designavam estas tempestades por nomes. Estes fenómenos meteorológicos passaram a ser batizados com os nomes das mães, namoradas ou esposas dos soldados. Só mais tarde, em 1970, é que surgiram os primeiros nomes masculinos. Atualmente, para seguir uma igualdade de género, os nomes alternam entre masculino e feminino.

Por: António Costa

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