Sociedade

Chaves Monteiro diz que PS tem «estratégia de provocação e de desestabilização»

Escrito por Jornal O Interior

Pedro Fonseca e Carlos Chaves Monteiro voltaram a protagonizar momentos de tensão na reunião de Câmara da última segunda-feira ao ponto do confronto ter subido de tom no período antes da ordem do dia.
Os ânimos exaltaram-se após Eduardo Brito pedir o ponto da situação do projeto do Quarteirão das Artes. O presidente da Câmara respondeu que só avançará quando houver apoios comunitários ou se a Guarda vier a ser escolhida para Capital Europeia da Cultura, estatuto que garantirá cerca de 30 milhões de euros para diversas ações. Mas os socialistas queriam saber mais e solicitaram outros esclarecimentos, tendo sido o vereador Victor Amaral a confirmar que há uma empresa a tratar dos projetos de especialidade e que a autarquia já investiu 200 mil euros na remodelação do Museu da Guarda, que disse ser «a primeira fase do Quarteirão das Artes».
Carlos Chaves Monteiro voltou a ser posto à prova pelos socialistas sobre a dívida à Águas do Vale do Tejo (AdVT). «É tempo da maioria esclarecer este assunto, de dizer verdadeiramente quanto deve a Câmara da Guarda», disse Eduardo Brito. O presidente não falou em valores e disse apenas que «não podemos fazer um acordo a qualquer preço» sem que o sistema multimunicipal não assuma os custos decorrentes do uso de infraestruturas da autarquia e respetivos juros, bem como a compensação pela saída da Covilhã. Coube ao vice-presidente Sérgio Costa, que tutela este pelouro, esclarecer que a AdVT reclama «cerca de 34 milhões de euros» e que a Câmara da Guarda «só admite um valor de dívida até 24 milhões de euros» para poder pagar. «Com certeza que haveremos de chegar a um acordo muito antes do final deste mandato», sublinhou.
A explicação não satisfez a oposição: «Parece que a estratégia do presidente é chegar ao final do mandato com o problema por resolver porque a maioria gastou à grande e à francesa o dinheiro que os consumidores foram pagando até 2018, quando a Câmara voltou a pagar as faturas da água», considerou Eduardo Brito. No final da reunião, o socialista afirmou aos jornalistas que «o presidente ainda não tem o domínio rigoroso dos assuntos e nesta sessão foi quezilento quando foi pressionado pelos vereadores da oposição». Os eleitos do PS também quiseram saber como está o projeto dos Passadiços do Mondego, tendo Chaves Monteiro revelado que o arranque da obra aguarda o visto do Tribunal de Contas. «Quando sair o visto iniciaremos o cumprimento do contrato celebrado com as empresas vencedoras do concurso público», garantiu.
O autarca revelou também que a empresa de Oliveira do Hospital interessada na reabertura da Confama, fábrica de confeções de Famalicão da Serra que fechou em março deixando cerca de 70 pessoas no desemprego, desistiu do investimento. «As dívidas da empresa e a existência de credores terão inviabilizado o negócio», admitiu o edil guardense. No final da reunião, confrontado pelos jornalistas, Carlos Chaves Monteiro admitiu que «parece haver uma estratégia de provocação e de desestabilização do PS», mas acrescentou que «o foco» da maioria é «a Guarda, venha o que vier. O executivo está estável e seguro, a trabalhar. Se calhar é isso que perturba os socialistas», afirmou.

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