Elina é uma mezzosoprano de timbre suave, quente e encorpado, com características e atributos perfeitos para os grandes papéis operáticos deste tipo de voz.
Ela tem uma técnica tão segura e perfeita que se permite a si mesma todo o espaço para que a expressividade se solte, livre e genuína, e que esta, ao mesmo tempo, se transmita ao público controlada e delicadamente. A sua interpretação da Carmen, de Bizet, por exemplo, é inesquecível, tendo-se tornado, e com toda a justiça, a maior referência atual deste papel.
O ouvinte (ou o espectador) sente nela uma tal serenidade, percecionando o seu corpo relaxado e a sua voz aberta e livre, que é levado numa experiência reparadora, acabando o seu próprio corpo e a sua própria mente por serenar também. É um efeito poderoso de cura emocional este que Elina Garanča nos oferece.
Joana C. Pereira
