Direito de Resposta da Câmara do Fundão

Escrito por Jornal O Interior

Ao abrigo da Lei da Imprensa e invocando o direito de resposta, vimos requerer a publicação do seguinte esclarecimento:
De forma totalmente abusiva e descontextualizada o jornal O INTERIOR, na sua edição número 983, de 8 de novembro de 2018, utilizou uma expressão proferida pelo presidente da Câmara Municipal do Fundão, «que o Fundão vive a era dourada da agricultura», para procurar encontrar uma contradição no momento evidente de crescimento e investimento no sector agrícola que se vive na nossa região, com uma pseudo diminuição de comerciantes/produtores agrícolas na Praça Municipal do Fundão.
Ora não corresponde minimamente à realidade que na última década se tenha registado qualquer diminuição do número de produtores – e aqui entenda-se pequenos produtores de agricultura familiar. Se não vejamos, o atual número de 60 produtores que pagam mensalmente o espaço de venda na Praça Municipal e que varia para cerca de 75 dependendo da época do ano e dos produtos agrícolas sazonais é exatamente o mesmo que se verificava há cerca de uma década.
Atendendo a que o mercado de produtores só opera na praça à segunda-feira e ao sábado de cada semana, e claramente a presença destes comerciantes fomenta em grande medida a procura por parte dos clientes a toda a praça, nos restantes dias as outras 35 atividades comerciais ali existentes, como os talhos, as peixarias, as mercearias, entre outros sofrem evidentemente uma diminuição significativa de procura.
Aliás, se olharmos para a pressão que exercem hoje as grandes superfícies sobre o comércio tradicional e olharmos para as consequências óbvias que trazem os efeitos da desertificação e das desigualdades regionais que o país enfrenta, percebemos que não será fácil manter determinadas atividades comerciais pujantes.
Por outro lado, não será alheio o esforço que o Município do Fundão tem promovido para contrariar ou mitigar esta realidade, ao construir há cerca de uma década uma nova Praça Municipal mesmo no coração e na zona mais nobre da cidade e se encontrar agora em discussão pública um projeto de ampliação dos largos adjacentes para maior fruição e promoção da Praça Municipal.
Ainda assim, são recorrentes as campanhas de comunicação que o município tem levado a cabo, bem como a forma inovadora como tem conseguido integrar nos grandes eventos culturais que realiza ao longo do ano, seja na cidade ou em diversas localidades do concelho, pequenos mercados de produtos hortofrutícolas.
Assim, face à notícia publicada por O INTERIOR, que assume claros contornos políticos dados os dois intervenientes ouvidos sem nunca ouvirem qualquer comerciante, contrariamente ao que ali é relatado, ou terem conseguido falar com alguém responsável do município, aguardamos expectantes a publicação integral deste esclarecimento para que se possa reparar o contexto da notícia veiculada.

Nota da Redação:
O INTERIOR tentou por várias vezes obter um comentário do presidente do município sobre este assunto, tendo nesse sentido contactado o gabinete do vice-presidente para o efeito, mas sem sucesso. Em cima do fecho da referida edição, Paulo Fernandes comprometeu-se a responder até às 13 horas, o que não aconteceu, nem se concretizou nos dias posteriores.

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