Casa sociais

Escrito por Diogo Cabrita

As casas sociais são uma benesse da sociedade para cidadãos que tiveram dificuldades em determinado momento. As casas sociais são um benefício para apoiar mães com baixos salários, para facilitar a vida de doentes, para construir bengalas sociais a quem está coxo para arrancar. Tem de haver vigilância sobre estas dádivas, tem de haver vistorias temíveis para quem abusa, decisões radicais para quem opta pelo estrago. A realidade é que todos pagamos as benesses sociais e por essa razão elas não podem ser um maná. Por cada beneficiário há outros que na lista de espera aguardam sem ajudas. Somos Deus na escolha de quem recebe os benefícios e por essa razão temos de ser claros, coerentes, absolutamente inflexíveis pois a oportunidade de uns é a espera e o sofrimento de outros. Demagogia é o canto da cigarra que se esquece de armazenar para as horas difíceis.
Votei, como vereador da oposição, medidas mais duras que as do governo da Câmara. Para mim, um pedreiro que recebe uma casa com renda de 20 euros e pede ajuda para pintar a parede da sua vantagem social é um abusador. Ele sabe resolver o desgaste da casa que o Estado lhe coloca ao dispor. Um biltre que parte repetidamente as janelas da sua casa, disponibilizada por todos nós, tem de as substituir. O Estado que exige cuidar, que vigia, que coloca ao dispor, não pode ser um modelo de destruição, de abandono, de degradação. Talvez por isso não se exige, nem se fiscaliza. O Estado tem milhões de metros quadrados de superfície abandonada pelo país fora. O Estado tem um património que podia ser fonte de atração turística a cair, em ruínas e não se vislumbrou até agora visão. Temos pelo mundo fora um património decadente que conta a nossa história e podíamos elevar, investindo. Temos em vias de desaparecimento os castelos figurados na bandeira. O dinheiro público é como um cobertor de solteiro numa cama de casal. Temos de escolher que parte deixamos ao frio.

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Diogo Cabrita

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