Sociedade

«Soube pelos jornais», diz Pedro Tavares

Escrito por Sofia Craveiro

«Soube pelos jornais que o Centro já não seria construído nos terrenos da fábrica». A afirmação é de Pedro Tavares, membro da administração da Sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares, que esta manhã convocou uma conferência de imprensa para expressar a sua posição perante a notícia – revelada na passada sexta-feira – de que o novo Centro de Exposições poderá, afinal, ser construído no Parque Urbano do Rio Diz.

A empresa mostrou-se indignada com esta mudança na localização do novo Centro, que estava acordado que seria construído nos terrenos detidos pela empresa têxtil, e negociados em 2001 com a autarquia.

O responsável entregou aos jornalistas os mapas e documentos comprovativos do contrato estabelecido entre a empresa e a autarquia guardense, sublinhando que «houve o dito por não dito» neste negócio.

O acordo previa que a autarquia ficava na posse do terreno onde se encontra a “velha” fábrica têxtil para construção do novo Centro de Exposições, e comprometia-se a pagar a hipoteca do mesmo à Segurança Social (que estaria hipotecado como garantia de dívidas tributárias da empresa) um valor que atingiria os 800 mil euros.

«Foi-nos oferecido o valor de 600 mil euros pela compra do terreno» adjacente à fábrica, e cujo contrato assinado em 2001 previa o loteamento com acessibilidades a serem feitas pela Câmara Municipal, «o que nunca ocorreu». 

Nos últimos meses, segundo Pedro Tavares, «nós pedimos um milhão, mas acabámos a reunião com um aperto de mão nos 800 mil euros», diz o administrador, que se mostra surpreendido com a mudança de atitude por parte do executivo camarário.

«Foi dito que a câmara não pagaria efetivamente os 800 mil euros, mas iria pagar a hipoteca do terreno à Segurança Social, perfazendo esse mesmo valor». Esta foi a última proposta aceite pela administração da fábrica têxtil para que a autarquia ficasse na posse dos terrenos e pudesse proceder à construção do Centro de Exposições. Segundo a empresa as negociações ficaram fechadas em outubro deste ano, embora a discussão decorresse desde 2014 com a autarquia, e nomeadamente, com o atual presidente Carlos Chaves Monteiro, «então vice-presidente».

Mesmo expressando indignação, Pedro Tavares diz estar «disponível para resolver este problema» com a autarquia guardense, mostrando abertura para voltar a negociar.

Saiba mais sobre este caso na próxima edição em papel de O INTERIOR.

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Sofia Craveiro

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