Sociedade

Sérgio Costa é o «braço-direito» de Chaves Monteiro

Escrito por Luís Martins

Presidente em exercício da Câmara da Guarda escolheu para seu vice o até então número três do executivo municipal. Uma ascensão natural e que Chaves Monteiro justificou pelo «trabalho inquestionável» e a «colaboração profícua» de Sérgio Costa nestes seis anos.

Sérgio Costa é o novo vice-presidente da Câmara da Guarda. A nomeação do até então número três do executivo municipal foi apresentada na reunião da última segunda-feira por Carlos Chaves Monteiro. «É um bom braço-direito para o presidente, também pela colaboração profícua que temos tidos nestes seis anos», justificou o sucessor de Álvaro Amaro, que suspendeu funções para ser candidato às europeias pelo PSD.
Chaves Monteiro acrescentou que Sérgio Costa tem sido um vereador que «tem assumido um trabalho inquestionável» e domina «muito bem as áreas que estão sob a sua alçada». Nesta sessão, o edil apresentou também ao executivo o despacho com a redistribuição de funções inerente à suspensão de Álvaro Amaro, sendo que Cecília Amaro, até agora adjunta da presidência e número seis da lista social-democrata nas autárquicas de 2017, passa a ser vereadora a tempo inteiro com os pelouros do apoio ao investimento, empreendedorismo, serviço de informática, modernização administrativa, desenvolvimento estratégico e apoio ao investimento, bem como a qualidade. Estas áreas eram tuteladas pelo presidente com mandato suspenso. Os restantes vereadores mantêm os seus pelouros.
Outra das novidades, aprovada por maioria, é que Victor Amaral, vereador da Cultura e Turismo, vai passar a tempo inteiro no final deste ano letivo – é docente no IPG e está atualmente a meio tempo. Ou seja, no Verão, o executivo liderado por Chaves Monteiro terá quatro vereadores a tempo interior. O presidente afirmou que esta mudança justifica-se, «nomeadamente», com coordenação da candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027. «É uma grande aventura que obriga o vereador a estar mais presente porque envolve projetos nacionais e de dimensão transfronteiriça», disse o autarca em exercício. Já sobre a passagem a quatro vereadores a tempo inteiro – atualmente eram três –, Chaves Monteiro explicou que esta opção se deve a uma questão de «eficiência e eficácia da ação» do executivo.
«A estabilidade e manutenção dos pelouros é fundamental e faz todo o sentido. Tanto mais que estes vereadores têm feito um trabalho brilhante», declarou o autarca. De Cecília Amaro Chaves Monteiro espera que venha dar «maior impulso a áreas que precisam de ser desenvolvidas». O presidente do município acrescentou que o executivo esteve até agora «unido na ação e no compromisso de atração de investimento e da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos» e assim vai continuar. «Este projeto assenta na verdade, na coesão, na estabilidade, na confiança e no querer fazer mais pela Guarda», acrescentou. Os dois eleitos do PS abstiveram-se relativamente às alterações propostas pela maioria por considerarem que resultam «mais dos equilíbrios políticos do PSD do que dos interesses da Guarda».
Eduardo Brito sustentou que não é necessário «sacrificar o orçamento da Câmara com tantos vereadores a tempo inteiro», sublinhando que o início de funções de Carlos Chaves na presidência começa «sob o signo de gastar, o que não é bom sinal». O vereador disse não ter «dúvida nenhuma» que o executivo funcionaria «muito bem» como estava e que «a qualidade dos recursos humanos» do município «dispensaria esta sobrecarga dos políticos». O socialista afirmou ainda que esta mudança significa também que «acabou o tempo de uma só voz na autarquia, o que não é mau para a Guarda». Na resposta, Carlos Chaves Monteiro afirmou que «não há que gerir equilíbrios porque se não os houvesse nestes seis anos não teria sido possível projetar a Guarda». E acusou o PS de tentar «minar» uma governação que «é sólida e tem sabido gerir os consensos necessários para gerir o município»: «Estamos blindados para este tipo de argumentos», garantiu o presidente.

PS diz que sessão solene do 25 de Abril é «uma anormalidade»

Os vereadores socialistas garantiram na segunda-feira «lealdade no debate político» ao novo presidente do município e «firmeza na luta pela defesa dos interesses dos guardenses».
Na primeira reunião de Câmara de Chaves Monteiro enquanto presidente em exercício, Eduardo Brito desejou os «maiores sucessos» ao novo edil guardense e prometeu fazer um balanço «exaustivo» da governação de Álvaro Amaro e «dos seus encargos» depois de 26 de maio. O autarca agradeceu as palavras dos socialistas e acrescentou que «quanto melhor for a oposição, melhor será a governação». No período de antes da ordem do dia, Eduardo Brito criticou a comemoração «limitadíssima» do 25 de Abril na Guarda, onde a sessão solene da Assembleia Municipal (AM) terá apenas intervenções dos presidentes da Câmara e daquele órgão. «É uma anormalidade e uma péssima forma de assinalar o Dia da Liberdade», disse o vereador, que defendeu a possibilidade de cada partido representado na AM também poder falar.
Chaves Monteiro desvalorizou a questão, dizendo que a sessão contará com as intervenções da neta de Carolina Beatriz Ângelo, Maria João Fagundes, e da historiadora Maria Antonieta Garcia. «A democracia não está em causa porque esta é uma forma legítima de comemorar o 25 de Abril». O executivo aprovou, também por maioria, com a abstenção do PS, a adjudicação da gestão do café-concerto do TMG a um privado. Trata-se de Paulo Fernandes, o único interessado a concorrer, que vai pagar uma renda anual de 7.200 euros, mais IVA. A concessão será por dois anos. «O espaço continuará aberto às associações e à cultura», garantiu Chaves Monteiro.

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