Sociedade

Guarda vai ter Centro Nacional de Educação Rodoviária

Escrito por Luís Martins

No Dia da Cidade o ministro da Administração Interna anunciou instalação na cidade de organismo sugerido pelo deputado Santinho Pacheco e comprometeu-se a estudar uma «solução integrada» para os comandos da PSP e GNR.

A Guarda completou 819 anos na terça-feira e o ministro da Administração Interna trouxe uma prenda ao anunciar a instalação na cidade mais alta de um Centro de Educação Rodoviária de âmbito nacional. Eduardo Cabrita comprometeu-se ainda a equacionar uma «resposta integrada» para as instalações dos comandos da PSP e da GNR.
«Por ser confluência de vias importantes de acesso a Lisboa, ao Porto, a Vilar Formoso e à Europa, a Guarda é o local adequado para colocarmos aqui um Centro de Educação Rodoviária», justificou o governante na sessão solene comemorativa da atribuição de foral à cidade pelo rei Dom Sancho I. A ideia tinha sido lançada no final de janeiro pelo deputado socialista na Assembleia da República Santinho Pacheco, que sugeriu a instalação no IPG de um centro similar ao existente em Salamanca. Em março, o Governo respondeu a dizer que estava disponível para estudar o assunto e, anteontem, Eduardo Cabrita trouxe a boa nova em resposta a um pedido de Álvaro Amaro para que intervenha para resolver a mudança do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) para as antigas instalações da Infraestruturas de Portugal na cidade.
O assunto é, para o presidente da Guarda, «a maior prova da má gestão» do Estado em relação ao seu património porque «todos concordam com a mudança, mas ninguém faz nada», criticou o edil na sua intervenção, lembrando que o edifício onde está o CDOS é da Câmara, que quer voltar a ter ali uma residência de estudantes. O titular da pasta da Administração Interna anunciou que a situação poderá ser resolvida com a reprogramação dos apoios comunitários, «em que vamos reforçar em cerca de 50 milhões de euros os fundos na área da proteção civil e isso permitirá dar uma solução para o CDOS».
Álvaro Amaro também reivindicou novas instalações para os comandos da PSP – que já sugeriu transferir para a zona do antigo matadouro – e da GNR, tendo o ministro respondido que o MAI vai procurar «uma resposta integrada para as forças de segurança na Guarda». Segundo Eduardo Cabrita, essa «solução global» será definida «nas próximas semanas», tendo acrescentado que «as exigências operacionais de acessibilidade, de espaço e de intervenção da PSP e da GNR cabem dentro de uma gestão de espaços em que poderemos aqui usar os vários equipamentos públicos existentes na Guarda». Caso a PSP sai do antigo Governo Civil, Álvaro Amaro garantiu que dará «boa utilização» ao edifício, ficando a aguardar pela autorização governamental para criar uma alameda de acesso ao TMG e à zona do Bonfim com a cedência de uma área do atual quartel da GNR. «Só nos falta a autorização da tutela porque já temos o projeto e o concurso público prontos», disse Álvaro Amaro.

Quartel de bombeiros é «sinal de esperança» para Famalicão

Na terça-feira Eduardo Cabrita inaugurou ainda o novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, orçado em cerca de 620 mil euros, financiados em 85 por cento por fundos comunitários.
Na cerimónia, o presidente da direção da Associação Humanitária, António Fontes, disse tratar-se da «obra mais marcante» na freguesia e pediu ao governante a criação de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP) em Famalicão. O dirigente considerou que o quartel permite «melhorar a capacidade de resposta» da corporação, que funcionou até agora numa garagem da paróquia, mas alertou que ainda «falta adquirir o equipamento necessário para garantir todas as condições de trabalho e conforto» aos voluntários. Por sua vez, Honorato Esteves, presidente da Junta, afirmou que esta obra é «um sinal de esperança e um incentivo» para toda a freguesia, que também está a sentir os efeitos da desertificação.
E Álvaro Amaro disse tratar-se de um «bom exemplo» de cooperação entre o poder central, as autarquias e associações. Quanto à EIP, o autarca pediu calma porque «os recursos são escassos». Já o ministro da Administração Interna afirmou que a obra do quartel é o exemplo daquilo que o Estado «devia ter feito e devia fazer no investimento pela segurança dos portugueses».

Sobre o autor

Luís Martins

Leave a Reply