Grisalhos

Escrito por Diogo Cabrita

A geração que nasceu entre 1958 e 1968 caminha para se transformar no maior pelotão de reformados que jamais existiu neste país. Serão mais que os contribuintes para o Estado Social e, por essa razão, podem ser o início da decomposição dos mecanismos de reforma que hoje conhecemos. Um exército de reformados, a peste grisalha, como outro chamou, obriga a construir logísticas de ação. Um caminho que precisa de todos, a imaginar como evitar cortar as reformas por fatias. Um caminho que implica mudar a gestão financeira dos fundos de reformas. Uma política inovadora para repensar o Estado Social e permitir a dignidade daqueles que viveram descontando parte significativa dos seus rendimentos para um Estado que lhes pode ser infiel. Os que agora observam como as funções do Estado se degradaram, como a falta de funcionários para cumprir as missões se torna gritante, devem perceber que dentro de dez anos são usufrutuários dos benefícios que andaram a disponibilizar aos que antes deles se aposentaram. O problema agora é que a demografia não favorece esta nova gente grisalha. A chegada de imigrantes poderia equilibrar as falhas. Mas a falta de empregos tem desmentido esta opção. A legalização e fuga para melhores destinos tem sido recorrente. Este é um tema premente para os anos de governação da direita constitucional parlamentar. Aqui, não pode haver hesitações.

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Diogo Cabrita

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