Cara a Cara

«Queremos consolidar o Centro Cultural da Guarda como instituição de referência»

Escrito por ointerior

P – Quais são os seus objetivos/prioridades como presidente do Centro Cultural da Guarda?

R – A principal prioridade é consolidar o Centro Cultural da Guarda (CCG) como uma instituição cultural de referência, aberta à comunidade e financeiramente sustentável. Pretendemos valorizar o trabalho já realizado, reforçar e qualificar a formação artística, apoiar os agentes culturais locais e aproximar ainda mais o CCG da cidade, das escolas e das famílias. Tudo isto só é possível através da valorização das pessoas, sócios, alunos, professores, voluntários e comunidade em geral, que são a verdadeira base do Centro Cultural da Guarda.

P – E as principais carências da instituição?

R – As principais carências prendem-se com os recursos financeiros limitados, a necessidade de modernização de equipamentos, instrumentos musicais e espaços, o reforço da comunicação, a renovação geracional e um maior envolvimento dos sócios. Como acontece em muitas associações, o CCG depende fortemente do voluntariado e de apoios externos para garantir a continuidade do seu trabalho.

P – Como pretende resolvê-las?

R – Através de uma gestão rigorosa, candidatura a financiamentos, reforço de parcerias institucionais e privadas, maior proximidade com o município e Juntas de Freguesia; aposta numa programação regular e diversificada que traga público, alunos e novos sócios; maior proximidade com os sócios e investimento numa comunicação mais eficaz e moderna.

P – Como está o Centro Cultural à chegada da nova direção (sócios, alunos, etc)? É possível crescer mais, ou não é esse o objetivo?

R – Encontrámos uma instituição viva, com história, com participantes e valências que dão de si todos os dias, alunos ativos e projetos relevantes. Há, no entanto, margem para crescer, sobretudo na diversidade de atividades e no reforço do envolvimento comunitário, sempre com uma perspetiva de crescimento sustentável e realista. Reitero que todos os voluntários que encontrei são fundamentais para a vida do CCG, são verdadeiramente, a Casa. Permita-me, contudo, destacar o Albino Bárbara e a Helena Rodrigues como peças essenciais, pela dedicação, empenho e pela vida que deram ao Centro Cultural da Guarda. Outro aspeto importante a salientar é que o Centro Cultural da Guarda tem sido, à semelhança de outras associações culturais, um dos maiores embaixadores da Guarda, não apenas na região, mas também a nível nacional e internacional.

P – Como está o associativismo na Guarda?

R – O associativismo na Guarda é resiliente e fundamental para a coesão social e cultural do concelho, apesar de enfrentar desafios como o envelhecimento dos dirigentes, a escassez de recursos e a diminuição da participação. Ainda assim, continua a ser um pilar essencial da identidade local, que deve ser valorizado, acarinhado e devidamente apoiado.

____________________________________________________________________________________

Perfil:

Daniel Lucas

Recém-eleito presidente do Centro Cultural da Guarda

Naturalidade: França

Idade: 46 anos

Profissão: Técnico de Serviço Social

Currículo (resumido): Com experiência em intervenção comunitária, inclusão social e desenvolvimento local; Envolvido no movimento associativo e cultural, com trabalho em projetos sociais, educativos e culturais, sempre com forte ligação ao território e à comunidade da Guarda.

Livro preferido: Neste momento estou a ler “O Ouriço e a Raposa”, de Isaiah Berlin

Filme: “Rei Leão”, “O Clube dos Poetas Mortos”

Hobbies: Leitura, escrita, música, futebol e participação ativa na vida cultural e associativa da cidade.

Sobre o autor

ointerior

Deixe comentário