Sociedade

Investigação desenvolvida na UBI conquista Prémio Manuel António da Mota

O “eCO2blocks” é o grande vencedor da edição deste ano do Prémio Manuel António da Mota. O projeto desenvolvido no Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura (DECA) pelo docente e investigador João Castro Gomes e pelo aluno de Doutoramento Pedro Humbert esteve novamente em destaque numa importante competição de ideias inovadoras, pela mudança que promete implementar no setor da construção civil de todo o mundo, tornando-o mais sustentável.

O eCO2blocks é um exemplo da investigação de qualidade que é feita na UBI, em particular nas áreas tecnológicas e resultou numa spin-off na Universidade da Beira Interior (UBI). Propõe a utilização de resíduos industriais na produção de materiais para a construção, diminuindo a utilização de recursos naturais, como água potável. O endurecimento do bloco para construção, uma das possibilidades futuras do projeto, é feito através da absorção de dióxido de carbono, resultando num processo de fabrico 10 vezes mais rápido e 45 por cento mais barato relativamente à opção tradicional com cimento Portland.

Estas características convenceram o júri da nona edição do Prémio, que tinha como tema “Por um Portugal Sustentável”, tendo distinguido instituições que se notabilizaram pelos projetos apresentados neste domínio, em que se cruzam as questões económicas, sociais e ambientais.

Os vencedores foram anunciados no domingo, dia 25 de novembro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, onde marcou presença o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Durante o discurso, o chefe de Estado mostrou-se satisfeito por ter sido uma instituição de Ensino Superior a conquistar o principal galardão do ano, elogiando ainda o trabalho da UBI: «Quem recebe o prémio é uma universidade e quão feliz me sinto eu, universitário de raiz, ao ver como a Universidade cumpre a sua função, ligando-se à sociedade e à vida. E cumpre nas circunstâncias mais adversas, como é o caso da Universidade da Beira Interior. E cumpre a pensar no futuro e não apenas na sobrevivência, no presente. E cumpre com arrojo e com visão e com projeção internacional».

João Castro Gomes refere que o Prémio Manuel António da Mota deixou a equipa «muito feliz» e honrada. «Tem um enorme significado para o ambiente e para a contribuição da nossa universidade para um Portugal sustentável”, sublinha o docente e investigador do DECA, lembrando que “foi reconhecido o impacto que este projeto tem, que vai contribuir para conservação do ambiente e a construção sustentável, tendo presente a ideia de poder ser aplicado à escala mundial».

O “eCO2blocks” concorreu na edição deste ano com mais 160 projetos de várias áreas. Vai receber 50 mil euros pelo Prémio que é dinamizado pela Fundação Manuel António da Mota, instituição que tem como missão contribuir para o desenvolvimento integrado das comunidades onde o Grupo Mota-Engil exerce a sua atividade, em Portugal e no estrangeiro, em particular nos domínios social, cultural, educativo, formativo e ambiental.

Este é o segundo grande prémio alcançado por este projeto desenvolvido na Faculdade de Engenharia, depois de ter conquistado a competição internacional ClimateLaunchpad, no início de novembro, superando os 135 participantes na Grande Final.

Sobre o autor

Ana Eugénia Inácio

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