Região

Rota dos vinhos da Beira Interior é prioritária para Rodolfo Queirós

Escrito por Luís Martins

Novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior quer concretizar rota dos vinhos e promover os néctares da região nos mercados nacional, internacional e local. «É preciso que a restauração e hotelaria comprem na Beira Interior», afirma Rodolfo Queirós.

O novo presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) promete um mandato de continuidade e a concretização de projetos que já estavam a ser trabalhados. Rodolfo Queirós foi empossado na sexta-feira no Solar do Vinho da Beira Interior, na Guarda, e assumiu como prioridade a criação da rota dos vinhos, que seguirá o modelo da Bairrada.
«Acredito que será um contributo muito importante para o aproveitamento enoturístico desta fantástica região porque é um projeto para o território», afirmou a O INTERIOR o até agora diretor executivo à margem da cerimónia. Segundo Rodolfo Queirós, os municípios, os associados, a hotelaria, a restauração e as Aldeias Históricas já foram desafiados a participar porque «são parceiros fundamentais» para o sucesso da rota. «O vinho será a “locomotiva” deste projeto», sublinhou o responsável, para quem continuar a apostar na promoção dos vinhos da Beira Interior no mercado nacional e internacional é outro pilar «fundamental» do seu mandato. Localmente, Rodolfo Queirós também promete fazer um «trabalho de sensibilização» junto da restauração e hotelaria da região, pois «não faz sentido as pessoas virem ao território, comerem os produtos locais e não beberem o nosso vinho. É preciso que esses agentes comprem na Beira Interior», anunciou.
Rodolfo Queirós disse acreditar que é possível «crescer mais» em termos de associados porque a Beira Interior está «a entrar na moda» e há mais procura. «Temos alguns contactos de grandes produtores de referência que querem vir para cá, é isso que vamos tentar fazer, é crescer de forma sustentada e sempre pela qualidade porque é aí que temos que nos diferenciar», acrescentou o também coordenador da Câmara de Provadores. Internamente, o presidente, de 44 anos, considera que é preciso «ouvir mais» os associados, alguns dos quais «andavam “divorciados”» da CVRBI. Na sua opinião, o setor vitivinícola tem «todas as condições para ser uma referência» e ser um motor da economia real da região, pois «as uvas são quase o ouro da Beira Interior, a par talvez do azeite». Rodolfo Queirós revelou que a CVRBI já faz parte da Associação Portuguesa dos Lagares Rupestres, sediada em Valpaços, porque existem na região centenas de lagares rupestres que é preciso catalogar, o que será concretizado através de uma candidatura ibérica. «Esse património também nos vai ajudar a vender o vinho», declarou o responsável.
O seu antecessor, João Carvalho, com quem trabalhou nos últimos sete anos, lembrou alguns momentos marcantes dos seus mandatos, como a construção da nova sede e a eleição da CVRBI como organização vitivinícola do ano, em 2017. «É algo que me enche o ego», assumiu o produtor da Quinta dos Termos, que considerou também que a Beira Interior está hoje no mapa da produção de vinho de qualidade. Na hora da despedida, o presidente cessante sublinhou também que o seu trabalho foi «exclusivamente por amizade aos produtores, à região e à CVRBI, sem qualquer interesse económico». Presente na cerimónia, Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, desafiou a CVRBI a organizar um concurso internacional de vinhos de altitude, tendo acrescentado que o município está «totalmente disponível» para apoiar esse projeto, tal como a rota dos vinhos da Beira Interior.

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