– Mas há coisas indiscutíveis! – disse-me o Rogério.
– Pois bem, não há! respondi eu!
Falar de tudo transporta-nos para a dimensão de aprender e visualizar outras interpretações, desconstruir aquilo que tínhamos por garantido. Custa? – sim!
– Mas pelo menos há muitas evidências que servem de pilar da ideologia! insistiu o Rogério.
Certamente, mas no consenso não temos de abdicar de tudo. No casamento não temos de silenciar tudo. Na condução às vezes buzinamos. Até as guerras desconstroem limites e abrem novas fronteiras. Espera-se que aconteça na África do futuro. É forçoso que interiorize que o consenso tem por antónimo a alternância. A alternância é um espaço de experiência das vertentes do real. Seria perfeito experimentar e escolher, mas lá está a tolerância limitada, que entende que se deve escolher e depois sofrer do custo da oportunidade.
Na saúde temos de ter a coragem de assistir, verificar e, espantados, aceitar que outros fazem bem de outro modo.
– Então não tens certezas?
– Como todos os outros, tenho convicções e a certeza de que podemos ter evoluções surpreendentes.
Bilhete Postal de Diogo Cabrita: Convicções e certezas
