P- Foi reeleito delegado distrital da Ordem dos Engenheiros, que objetivos tem para a Guarda neste novo mandato?
R- Fomos eleitos em fevereiro e tomámos posse a 1 de abril com um mandato de continuação. Neste sentido, continuamos a focar-nos em valorizar o engenheiro e o papel que desempenha na sociedade, zelar pelos interesses destes profissionais, no sentido de valorizar as suas atividades de uma forma digna e ética.
P- Quais são as principais dificuldades que destaca?
R- A engenharia tem várias vertentes. Quando falamos de um engenheiro, facilmente associamos à Engenharia Civil, portanto, se focarmos nesta vertente temos várias dificuldades na área da construção. A questão dos licenciamentos camarários é, talvez, o grande problema que a engenharia enfrenta. Tanto a Engenharia Civil, a Eletrotecnia e tudo o que seja associado à construção, tem exatamente a ver com a questão da morosidade dos licenciamentos.
P- Considera que esta é uma profissão devidamente reconhecida?
R- A sociedade, às vezes, não tem consciência onde é que atua a engenharia. Se recuarmos cerca de cinco anos, na altura da pandemia, quando continuámos a trabalhar a partir de casa, porque a Engenharia Informática, a Engenharia das Comunicações e várias outras engenharias continuaram a funcionar. A logística, o abastecimento de água e de energia, continuaram a funcionar. Mesmo a nível hospitalar, os sistemas críticos, os sistemas medicinais, a climatização, o fornecimento de energia para os hospitais continuou a funcionar. Os telemóveis, a gravação e a impressão de um jornal, a emissão da rádio, tudo isto é engenharia. Nós, os engenheiros, estamos presentes em tudo.
P- Depois do triénio que passou, porquê voltar a aceitar este desafio?
R- Desde que me formei, há 30 anos, sempre participei nas ações da Ordem e sempre achei que todos nós, engenheiros, devemos contribuir para o desenvolvimento e dignificação da profissão. O aceitar foi natural, seja no sentido de missão, colaboração ou na produção, porque esta é a função de um engenheiro: fazer coisas e contribuir para a sociedade. E, portanto, o que me levou a liderar a Delegação Distrital da Guarda, neste momento, foi exatamente tentar contribuir e melhorar a atividade de engenharia.
P- Que iniciativas pretendem desenvolver nos próximos tempos?
R- Costumamos fazer tertúlias de divulgação da Engenharia sobre vários temas. Habitualmente, durante dois meses, organizamos uma tertúlia no Teatro Municipal da Guarda (TMG), no café-concerto, sobre vários temas da ordem do dia. Já abordamos as criptomoedas, a inteligência artificial, as comunidades de energia e os autoconsumos. Planeamos um próximo encontro em torno das terras raras e a “guerra” dos metais raros. É com estas iniciativas que pretendemos apresentar à sociedade o que a engenharia tem vindo a criar ao longo dos anos.
Dá-se conta que a nossa Delegação da Guarda da Ordem dos Engenheiros, presidida, pelo nosso colega Fernando e bem acompanhado na direção por mais dois bons colegas Margarida e Carvalho, que merecem todo o nosso apoio e aplauso. Parabéns.