Política

«Maioria PSD na Câmara da Guarda apresenta sinais evidentes de divergência e falência»

Escrito por Luís Martins

António Monteirinho é candidato único à concelhia do PS da Guarda e assume como principal objetivo a reconquista da autarquia em 2021

O PS vai trabalhar para ser uma «alternativa credível» ao PSD na Guarda e vencer as autárquicas de 2021. O compromisso é de António Monteirinho, candidato único à liderança da concelhia socialista local cujas eleições estão marcadas para dia 31. «Estou confiante que vamos conseguir conquistar a Câmara daqui a dois anos», assumiu na apresentação da sua candidatura, na passada sexta-feira.
Este é um dos seus principais objetivos, com António Monteirinho a prometer «trabalho, ambição e esperança» para «galvanizar» os guardenses em torno de um projeto «à altura da grandiosidade da nossa cidade». E para começar o atual líder da bancada rosa na Assembleia Municipal tem três propostas: transportes públicos urbanos gratuitos para estudantes e idosos com mais de 65 anos, «e eventualmente para toda a população»; construir um parque desportivo «como deve ser» na cidade e fazer o levantamento das «reais necessidades» de cada freguesia. Numa sede repleta de apoiantes, António Monteirinho assumiu também o desafio de «unir» o partido, que quer «religar» ao mundo rural, e de reconquistar «a confiança» dos guardenses porque o partido «tem obra» no concelho. «O PSD jamais conseguirá alcançar o desenvolvimento proporcionado pelos executivos socialistas no passado», sentenciou.
O candidato considera mesmo que o projeto social-democrata na autarquia está «em avançado estado de decomposição» e que a maioria liderada por Carlos Chaves Monteiro, que rendeu Álvaro Amaro na presidência do município, apresenta «sinais evidentes de divergência e de falência», ao ponto dos «desentendimentos serem públicos». Aos jornalistas, o dirigente recusou falar em candidatos e perfis para concorrer em 2021. «É prematuro. Vamos discutir isso depois do Verão. Eu não sou, para já, candidato, mas se o meu nome encaixar no perfil definido pela equipa que me acompanhou estarei disponível para avançar», sublinhou, defendendo que o escolhido «deveria ser uma pessoa da Guarda». «Ao contrário do que aconteceu em 2017, estamos em condições de definir já um candidato sem qualquer tipo de problemas», reforçou.
António Monteirinho disse contar com os dois vereadores no executivo para «abrir caminho» para a vitória em 2021: «Admito alguma inexperiência, mas acredito que trabalhando em conjunto vamos ultrapassar essas dificuldades», declarou. Sobre o período conturbado vivido pelo partido nos últimos tempos – Agostinho Gonçalves demitiu-se da presidência da concelhia, Eduardo Brito renunciou ao mandato na Câmara da Guarda seis meses depois de Pedro Fonseca –, o candidato à presidência da maior concelhia do PS no distrito reconhece que «uns estiveram melhor nalguns aspetos e pior noutros». E acrescenta que a lição que fica desse período de instabilidade é que «não devemos desprezar nenhum militante, todos, simpatizantes e militantes, devemos estar imbuídos do mesmo espírito», adiantando ter na sua lista elementos da comissão política cessante.
Foi desse passado recente que falou Daniel Vendeiro, mandatário da candidatura. «Vi gente sem cabeça, tronco e membros neste partido, hoje [sexta-feira] não», declarou o
militante histórico e antigo presidente da Junta de Freguesia de Fernão Joanes, que se disse «impressionado por ver tanta gente» na sede do partido, coisa que não via «há tantos anos». Pedindo a António Monteirinho que seja «humilde e tente ouvir todos, sobretudo nas aldeias», Daniel Vendeiro considerou que «estarmos unidos é bom agoiro» e vaticinou estar «na altura de voltarmos a ser aquilo quer éramos» na Guarda. Do núcleo duro da candidatura fazem parte, entre outros elementos, Daniel Osório, Nuno Laginhas, Nuno Ferreira, Miguel Borges, Manuela Fernandes, Marisa Santos, Fábio Pinto, Paulo Alves e Gonçalo Amaral. Segundo apurou O INTERIOR, só 136 dos cerca de 400 militantes da secção poderão votar nestas eleições.

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